quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Um menino de rua refletindo sobre o Natal


Tem gente que pensa que criança não é capaz de refletir sobre as coisas, ainda mais sendo um menino de rua assim como eu, por exemplo. Mas eu sei pensar, refletir, imaginar. E como sei. Um menino de rua reflete muito. Reflete sobre o que não tem, sobre o que lhe é negado, o pão, a casa, a família, a escola... Nós que vivemos na rua também sabemos pensar. Mas o problema é que não nos dão ouvidos. Acho até que não querem nos ouvir, porque se dessem atenção às nossas reflexões, eles iriam ter que nos respeitar e preservar nossos direitos. Se os grandes dessem ouvidos às nossas imaginações, o nosso mundo e o mundo deles seriam diferentes. Se eles parassem um pouco para escutar o que a gente pensa sobre o Natal, por exemplo, com certeza nós também teríamos um Natal e eles poderiam celebrar um Natal verdadeiro.
E, por falar em Natal, me parece que está chegando, já chegou. Vejo tudo muito parecido como no ano passado. Nesta época a calçada, que é a minha casa, está movimentada, cheia de gente que entram e saem das lojas. Saem com muitas sacolas e compram tantas coisas que não sobra uns trocadinhos quando peço. Não sei que Natal é esse que eles vão celebrar porque passam por mim e nem me olham e quando me esbarram, me xingam, dizem que estou atrapalhando. Pelo que ouço, o Natal deles tem dois importantes personagens. Um é o Papai Noel e o outro é o Menino Jesus. Até achei graça que este Menino Jesus é chamado de Menino Deus. Outro dia na porta da Igreja ouvi dizerem que ele vem para governar a Terra. Gostei muito desta ideia, porque se um menino governar o mundo, certamente ele vai nos dar a chance que os grandes nos negaram até hoje. O mundo que sempre foi governado por gente grande, está virado em crise. Tem crise ambiental, crise alimentar, crise de energia, crise econômica. E só se fala em crise. Acho que os meninos vão ter que assumir o controle da situação.
Mas, falando do Natal, o Papai Noel é um sujeito muito estranho, ele dá presente apenas para algumas crianças. Eu nunca ganhei nenhum presentinho dele. Ele passa por mim e eu passo por ele, mas nunca me deu nada. Apenas ganhei algumas balas que jogou pela calçada. E isso me faz refletir muito. Fico pensando sobre isso e não consigo entender. Claro que ele não precisava me dar aquela bicicleta, o skeite, o jet-ski, o carro, o lep top e tantas coisas que deu para os meninos aqui deste prédio na frente. Até aquela bola não precisava ser igual, poderia ser uma mais simples. O Papai Noel nem precisava vir até aqui com muitos presentes. Ele poderia distribuir tudo para as outras crianças e depois vir aqui e me levar pra casa e chamar de volta meu pai e minha mãe, meus irmãozinhos e juntos poderíamos fazer uma ceia de Natal. Claro que o Papai Noel ia ter que nos dar alguns alimentos para ceia, porque lá em casa não tem nada. E sei que isso custaria bem menos que qualquer um daqueles presentes que os outros meninos ganharam. Mas o Papai Noel nunca me dá é nada. Por que será?
Sei que o Menino Jesus também traz presentes de Natal. Dizem que ele traz muito amor e muita paz, felicidade, justiça, fraternidade e outras tantas coisas boas pra gente viver bem. E dizem que o Menino Jesus cuida das crianças. Ele até declarou que a sua mãe é a mãe de todos nós. Acho que é verdade porque todas as noites ela vem me ver antes de dormir. O problema é que todas as coisas boas que o Menino Jesus traz pra gente, os grandes desviam tudo e nunca chega nada até os meninos de rua. O dia que eu encontrar o Menino Jesus, eu vou contar tudo pra Ele e acho que Ele vai pegar um chicote e fazer com essa gente grande que rouba dos pequeninos o mesmo que fez com os vendilhões do Templo, como a Bíblia nos conta.
Por tudo o que ouço falar sobre este Menino, tenho vontade de conhecê-lo. Lá na praça da matriz tem um presépio e eu pude ver meio de longe que ele está deitadinho entre sua mãe e seu pai, ao seu redor tem animais, trabalhadores e até alguns reis que vem lhe prestar homenagem. Dizem que Ele está crescendo em estatura, sabedoria e graça diante de Deus. Ele será grande e será coroado rei e vai governar a toda Terá. Quando chegar o Reino desse Menino, tudo vai ser diferente, porque Ele é pequeno e pobre como nós. Certamente vai olhar para nós que somos pequenos e pobres.
Mas, por enquanto, que Natal é esse? O Papai Noel só dá presentes para alguns meninos. E o Menino Jesus traz pata todos os melhores presentes para passar o Ano Novo, mas os grandes me roubam tudo. Não me deixam ficar com o amor, com a felicidade, a paz, a fraternidade, a justiça, a igualdade, a alegria... que o Deus Menino traz para toda a Humanidade. Eles me roubam tudo e jogam fora, porque eles também não têm nada disso. O que eles têm de paz, amor, justiça... é pura imitação. Mas, o Menino Jesus me deu uns presentinhos sem ninguém saber. Ele deu fé e esperança pra mim e meus amiguinhos. E nos disse para não ter medo dos grandes, disse que nós temos que lutar muito para mudar o mundo. E que Ele sempre vai nos defender quando denunciarmos as coisas erradas que existem na face da Terra. E disse também que seu Pai que está no céu escondeu todas essas coisas aos grandes e poderosos, aos sábios e inteligentes, e as revelou aos humildes e pequeninos.
Para quem leu a mensagem do menino de rua, uma prece ao Menino Jesus:
Feliz Natal! E todas as bênçãos do Deus Menino para o Ano Novo!

Pilato Pereira

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terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Chico Mendes não morreu



CHICO MENDES NÃO MORREU


O irmão Francisco de Assis

Ensinou-nos a cuidar e amar

Todas as criaturas preservar

E quando a Terra pressentiu

Que faltava profecia

Outro Francisco nasceu

A floresta deu à luz

E como o Cristo na Cruz

Mataram o Chico também

Mas o Chico como o Cristo

Deixou o eco de seu grito

E Chico Mendes não morreu


Em 22 de dezembro de 1988, exatamente uma semana após completar 44 anos, Chico Mendes foi assassinado na porta dos fundos de sua casa por sua intensa luta pela preservação da Amazônia.


Casado com Ilzamar Mendes, deixou dois filhos, Sandino e Elenira, na época com dois e quatro anos de idade, respectivamente.


quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

O Natal do Menino Jesus

Nesta época do ano a maioria das pessoas se dedica a preparar a festa do Natal. Alguns gastam muito dinheiro em compras e viagens, visitam parentes, amigos, trocam presentes, preparam banquetes e tantas outras coisas. Mas, sinto que na hora da festa, muitos ainda deixam do lado de fora o próprio aniversariante. Ainda existem muitas casas que estão cheias de opulências e traições, de mentiras e vaidades, de ganâncias e espertezas, de luxos e futilidades... E de tão cheias do que não vale nada, já não sobra um lugar para o Deus Menino poder nascer. E existem muitos bons José e santas Maria, grávidas de vida, de amor, de justiça, de paz... procurando um lar, mas as portas se fecham. Há corações que não se abrem para o Deus Menino, porque Ele decidiu nascer na forma mais simples, pobre, sem terra e sem teto. E veio para resgatar os oprimidos e marginalizados, e restaurar a dignidade humana e a integridade da vida.

Talvez, para muitos, mesmo que tenham fé, seja tremendamente difícil celebrar o Natal na sua originalidade. Celebrar o nascimento do Filho de Deus nas feições das vítimas de um sistema opressor, com o rosto dos que são oprimidos e marginalizados, dos que sofrem com as catástrofes ambientais, doenças, guerras, crises. E celebrar o Natal, significa ativar nosso espírito de indignação, de amor e de solidariedade e nos comprometer com os que sofrem, lutar para amenizar suas dores e ajudar a transformar a realidade.

Para celebrarmos o Natal, precisamos sair do nosso comodismo, da nossa casa enfeitada, arrumada e ir ver a face do Menino Jesus de hoje. Ele que nasce tão pobre e desprotegido, clamando por dignidade e pedindo a conversão dos causadores da fome, da miséria, das guerras e da degradação ambiental. Para celebrar um bom Natal é preciso ir ao presépio e contemplar o Menino Deus, nascido de novo onde nascem e crescem, sofrem, morrem, vivem, sobrevivem, choram, gritam, cantam, rezam, lamentam, trabalham, lutam... os mais pobres deste mundo. Como os pastores, que passavam a noite vigilantes cuidando de seus rebanhos e os magos que seguiram o sinal e foram ao encontro do recém nascido na manjedoura, também somos desafiados a ir e ver o presépio, a pequena Belém de hoje, onde nasce, no meio dos últimos, para todos nós o Salvador, o Messias, o Cristo Filho de Deus.

É no compromisso com a promoção da justiça e da paz e com a defesa da vida que celebramos o verdadeiro Natal. Porque assim encontramos o Deus Menino, que buscou um aconchego para nascer junto aos pobres e excluídos. E é por isso que o Natal revigora nossa esperança. Deus optou pelos pobres e acreditou na humanidade. E no lugar dos últimos, Ele veio nos trazer a esperança e vida em plenitude.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O desprezo que Bush contraiu para si


Herói para o povo e abençoado por Alá, o jornalista iraquiano Muntadar Al-Zeidi protagonizou um ato que merece louvor. Ele arremessou os sapatos na direção de Bush, com a intenção de lhe dar uma sapatada para manifestar o desprezo do povo iraquiano para com o atual presidente estadunidense. Não quero fazer apologia ao desprezo. Acredito que ninguém deve ser desprezado por ninguém. Mas a manifestação de desprezo simbolizada nos sapatos de Al-Zeidi, não é um simples desprezo, é um ato político. Foi uma manifestação política que gerou adeptos em todo o mundo. Não apenas os iraquianos, os árabes, mas o mundo que Bush quis atemorizar, agora manifesta o desprezo que ele próprio contraiu para si, por causa da sua imbecilidade. Ele escolheu fazer guerras, quis matar inocentes, procurou dominar e escravizar outros povos. Então, agora lhe resta o desprezo, com o qual tanto desprezou aos outros. É dele e somente dele, a ele pertence o desprezo. Como disse Jesus Cristo: “devolvam a César o que é de Cezar” (Mt 22,21).


Nestes oito anos – cujo fim se avizinha – em que George W. Bush governa os Estados Unidos, ele realizou obras de perversidade e na derradeira hora de seu reinado, recebe a digna recompensa, uma bela sapatada de um iraquiano. Poderia ter sido um brasileiro ou um cidadão de qualquer outra nacionalidade a manifestar o repúdio e o desprezo que Bush merece. Mas como esse gesto dos sapatos faz parte da cultura árabe, ficou muito bem que o protagonista do ato foi um iraquiano. Pois, é lá no Iraque que está mais evidente a marca da barbárie de Bush. No comando deste insensato, o governo estadunidense pisoteou, espezinhou em muitos lugares do planeta feito uma besta selvagem, sem a menor compreensão e senso de humanidade. E fez tudo o que fez por merecer agora a diga sapatada de Muntadar.


O jornalista iraquiano, Muntadar Al-Zeidi representou a humanidade num ato político de repúdio que declara a George W. Bush o título de “personae non gratae”. Acredito que nenhum ser humano mereceria este título. Toda pessoa deveria ser sempre bem vinda em todos os meios e lugares. Mas os atos de Bush ofenderam a humanidade e a Deus. Ele é a própria carapuça de todas as atrocidades que cometeu. E o desprezo que sua pessoa recebe, é uma demonstração de que não queremos mais ver certas ações desumanas que marcaram seu governo. Foi um ato forte para demonstrar a força do não que o mundo sempre tentou dizer aos seus ouvidos surdos. É um símbolo da total reprovação a tudo o que Bush fez contra a humanidade.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Por que as lágrimas de Santa Catarina?



















O recente e triste episódio das chuvas catastróficas em Santa Catarina é um fato que antes de tudo deve despertar o sentimento de solidariedade. Como realmente vem ocorrendo em todo o Brasil. E, além disso, devemos ler estes sinais e nos despertarmos para ver e compreender o que os tempos chuvosos nos indicam. Quando encontramos uma pessoa chorando, primeiro nos solidarizamos e depois, tão logo, nos perguntamos sobre o motivo de suas lágrimas. O que a levou a chorar? Qual é o sofrimento e a dor que sua alma procura lavar com tais lágrimas? Enfim, os fatos e acontecimentos que, antes de mais nada nos despertam para a solidariedade, também nos levam a pensar, refletir e, quem sabe, aprender um pouco mais sobre a vida para poder ajudar a impedir um próximo sofrimento oriundo da mesma causa. Assim, queremos também entender a fúria da natureza que, sendo ela tão cheia de bondade e a fonte da vida, de repente se torna destruidora.

Não podemos negar que a pouca presença de mata também seja responsável pelos desmoronamentos. Mas, ao afirmar que foram excessos de chuvas nunca visto igual, também devemos nos perguntar sobre o porquê de tantas chuvas agora. Ouvimos o que foi dito por alguns cientistas que a alta quantidade de chuvas no litoral catarinense pode ter sido causada pela combinação de alguns fenômenos meteorológicos. Ocorreu uma maior intensidade dos ventos, aumentou a quantidade de vapor de água no continente e as nuvens ficaram mais carregadas. E como esses fenômenos são naturais e já ocorreram antes, não necessariamente tenham sido provocados pelo aquecimento global. Mas há quem vê o fenômeno das excessivas chuvas como uma real conseqüência já do aquecimento global.

Quanto ao desmatamento, não precisamos nem ser cientistas para entender facilmente que num declive sem floresta, a água da chuva corre muito mais rápido do que num local com floresta. E os cientistas dizem que a velocidade das águas num declive desmatado pode ser até quatro vezes maior. E quando a chuva cai numa área com mata, parte da água é absorvida pelo solo ou corre lentamente para o rio, sem causar maiores problemas para a vida humana. Quando era criança, vivendo no campo, percebia que numa terra sem vegetação e pronta para plantio, a chuva corria rapidamente e arrastava consigo muita lama, inclusive causando danos ao solo, diminuindo sua fertilidade.

Podemos concluir que se a Mata Atlântica não tivesse sido tão devastada em Santa Catarina, a região onde ocorreram as fortes chuvas não teria sido tão prejudicada pelas águas. De acordo com a SOS Mata Atlântica e o Inpe, Santa Catarina foi o Estado campeão de desmatamento da Mata Atlântica entre 2000 e 2005. E com a imensa devastação, principalmente na região das cabeceiras dos rios, a capacidade de absorção de água pelo solo ficou bastante reduzida. A equivocada intervenção humana faz com que a natureza não se agüente, não se suporte nas suas próprias intempéries.

Agora é preciso ser solidários com as pessoas que sofrem por causa das enchentes. E a forma de solidariedade com as vítimas de hoje é a assistência social imediata e a reconstrução do que perderam. Mas, também é preciso antecipar nossa solidariedade e sermos solidários com as possíveis futuras vítimas das catástrofes ambientais. Ser solidários com as futuras gerações e, quem sabe, impedir que sejam vítimas dos descontroles da natureza, significa ter atitudes ecológicas aqui e agora. A mobilização para socorrer as vítimas de hoje, também deve ser promovida, mesmo que de uma forma menos intensa, no sentido de impedir futuras catástrofes.

Depois de ver que em algumas partes “nada ficou no lugar”, é preciso voltar para buscar nossa humanidade e nos sentirmos mais irmãos e mais próximos dos que hoje sofrem e de quem poderá sofrer se a natureza não for preservada. Vamos fazer uma aplicação de solidariedade para o futuro. Cuidar e preservar a natureza hoje, é impedir que amanhã haja vítimas de catástrofes ambientais, como esta que muito nos chocou e nos entristeceu por ver tantas vidas vitimadas.

Convite para lançamento do Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente – MoGDeMA



Porto Alegre, 28 de Novembro de 2008

Senhoras e Senhores

O Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente – MoGDeMA - tem a honra de convidá-lo(a) para participar do Ato de Lançamento do Movimento, a ser realizado no dia 15 de Dezembro do corrente ano, às 09:00h, no Plenarinho da Assembléia Legislativa/RS.

O MoGDeMA é uma articulação que reúne ONG's ambientalistas, movimentos sociais do campo e da cidade, sindicatos, representantes de classe, lideranças religiosas, estudantes, professores, pesquisadores e demais lutadores sociais. Surge em decorrência da situação de crise deliberada e progressiva da gestão ambiental no Rio Grande do Sul.

Visa ações conjuntas que fortaleçam as políticas públicas em defesa da natureza, promovendo o debate e a luta socioambiental, propondo a reflexão crítica ao modelo de desenvolvimento predatório hegemônico, e construindo as bases sociais para um novo modelo com sustentabilidade ambiental.

O MoGDeMA é um espaço universal e plural, aberto a homens e mulheres, instituições e movimentos sociais.

Desta forma convidamos para integrar esta iniciativa que estabelece um espaço de troca e mobilização, assinando a Carta de Princípios http://mogdema.blogspot.com/ e ser articulador local e regional. Neste endereço eletrônico também existe uma relação de atividades desenvolvidas neste ano de 2008.

O Termo de Adesão, logo abaixo deve ser remetido para mogdema@gmail.com

Agradecemos desde já e contamos com sua participação.

Felipe Amaral - Sylvio Nogueira - Eduardo Ruppenthal

Coordenação Cooperativa

TERMO DE ADESÃO MoGDeMA

Instituição:

Ciente dos objetivos do Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente – MoGDeMA, declara sua adesão e desejo de participar do coletivo de pessoas e instituições que constituem o MoGDeMA, assumindo o compromisso de respeitar e difundir seus princípios e de apoiar seu funcionamento e atividades como movimento social articulador.

Dados sobre a Instituição

Nome da instituição:
Endereço:
Cidade:
Fone:
Nome do(a) Responsável:
Função do responsável:
Email:
Sitio:

Carta de princípios - http://mogdema.blogspot.com/

Envie este documento para mogdema@gmail.com

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Nota de solidariedade às vítimas das enchentes em Santa Catarina

Leia a seguir a Nota de Solidariedade da Cáritas Brasileira às vítimas das enchentes em Santa Catarina. No texto consta a forma de como ajudar.

"Ser Solidário é ser Humano".
De alguma fora todos podemos ajudar

Confira a nota...


Nota de solidariedade às vítimas das enchentes em Santa Catarina


A Cáritas Brasileira se solidariza com as vítimas das enchentes em Santa Catarina. Lamentamos as tristes ocorrências, que causaram dezenas de mortes e deixaram milhares de pessoas desabrigadas.

Recomendamos que todos e todas se associem às iniciativas em andamento, promovidas pela Arquidiocese de Florianópolis, pelas Dioceses de Joinville e de Blumenau, pelas Entidades-membro de Cáritas no Estado, bem como da Defesa Civil, em suas diversas instâncias.

Para doações de alimentos e roupas, o apelo se dirige às comunidades do Estado de Santa Catarina, para que sejam de imediato encaminhadas às Secretarias das Paróquias da Arquidiocese de Florianópolis e das Dioceses de Joinville e de Blumenau.

Doações em dinheiro, de qualquer parte do Brasil, podem ser feitas utilizando as contas bancárias a seguir:

FLORIANÓPOLIS:
Banco do Brasil, agência 3174-7, conta 17611-7, em nome de Ação Social Arquidiocesana/Flagelados SC 2008. Mais informações: (48) 3224.8776 ou pelo e-mail asa@arquifln.org.br

JOINVILLE:
Banco BESC, agência 014, c/c 130.786-2. A campanha é promovida pela Associação Diocesana de Promoção Social. Mais informações: (47) 3451.3715/3716 ou pelo e-mail adipros@diocesejlle.com.br

BLUMENAU:
Será aberta uma conta bancária para a Campanha “Diocese de Blumenau – Emergência”. Mais informações: (47) 3323.6952 ou 3322.4435 (cúria) ou pelo e-mail dioceseblumenau@terra.com.br


Manifestamos a esperança de que o sofrimento de tantas pessoas atingidas por essa calamidade seja amenizado com a prática da solidariedade, que neste momento nos convoca para as ações concretas que estiverem ao nosso alcance.

Fraternalmente,

Diretoria, Secretariado Nacional e Regionais da Cáritas Brasileira, reunidos em Brasília, aos 25 de novembro de 2008.

www.caritas.org.br

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Convite Lançamento Portal da Ecoagencia e Livro


Baixe o Livro “Eucalipitais - Qual o Rio Grande do Sul desejamos?”


Já está disponível a versão digital (em pdf) do livro “Eucalipitais- Qual o Rio Grande do Sul desejamos?”


A idéia central deste livro é oferecer reflexões baseadas em informações que são omitidas por governos, políticos e instituições. A preocupação do mesmo é a de desenvolver e estimular debates qualificados, baseados em argumentos e informações, que até podem ser contraditórias, entretanto, não na propaganda enganosa ou em tratamentos depreciativos de sermos “pelo atraso do RS” ou “do quanto pior melhor”.
Baixe aqui: Eucalipitais


quarta-feira, 12 de novembro de 2008

eucalipitais


Um livro digital que aborda a problemática das lavouras de eucalipto. São mais de 20 autores, 13 capítulos e anexos.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Nos dias 29, 30 e 31 de outubro de 2008 aconteceu o Seminário Aids e Religião, promovido pela Seção de DST/Aids do Estado do Rio Grande do Sul. Estiveram presentes as seguintes matrizes religiosas: Católica, Afro-Brasileira, Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Anglicana, Budista, Judaica, Espírita, Evangélica Assembléia de Deus, Evangélica Quadrangular, Universal Deus é Amor, Universal Reino de Deus, Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias; representantes Indígenas Kaigang e Guaranis; Pessoas vivendo com HIV/Aids; Profissionais de Saúde e Organizações Não Governamentais.

No final do encontro foi elaborada a Carta do Rio Grande do Sul (em anexo), onde os participantes definem algumas linhas de ações para o o envolvimento das religiões diante do enfrentamento da epidemia no estado do RS.

Clique AQUI para ler na íntegra a Carta do Rio Grande do Sul

www.fontecolombo.org.br


sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Nós e o Clima

Último vídeo da trilogia Pense de Novo convida a pensar sobre novos hábitos
Soluções para conter o aquecimento global na área de energia e novas tecnologias é o tema do último vídeo da trilogia Pense de Novo do WWF-Brasil. A série de três animações chama a atenção para as mudanças climáticas, seus principais efeitos, causas e soluções. Veja o vídeo:

terça-feira, 4 de novembro de 2008

A pegada ecológica brasileira

A pegada ecológica brasileira.
Entrevista especial com Lucas Gonçalves Pereira

Para pensarmos a forma como o meio ambiente está se denegrindo, é preciso atentarmos para a forma como estamos consumindo os recursos naturais. Deixamos, portanto, “pegadas” nos espaços que nos apropriamos e quanto mais exploramos a Terra, mais marcas deixamos na natureza. Desta forma, funciona a Pegada Ecológica, uma estimativa que mostra até que ponto a nossa forma de viver está de acordo com a capacidade que o planeta tem de oferecer e renovar seus recursos naturais assim como de absorver os resíduos que geramos. “Pela metodologia convencional, a pegada do Brasil é de cerca de 2,1 hectares por pessoa, ou seja, cada brasileiro precisa de uma área de cerca de 2 campos de futebol para produzir tudo aquilo que ele consome. Esse valor é pequeno se comparada à pegada dos EUA. Cada americano precisa de quase dez campos de futebol para manter seu padrão de consumo”, declarou Lucas Gonçalves Pereira em entrevista à IHU On-Line, realizada por e-mail.

A partir de sua tese que trata da questão da pegada ecológica ele nos responde algumas proposições acerca do tema. Desta forma, ele fala da sustentabilidade do Brasil, como é medida a pegada ecológica no país, os alertas em relação aos dados apresentados e como devemos mudar o nosso consumo para que nossas pegadas pelo meio ambiente brasileiro possa não deixar marcas para as futuras gerações.

Lucas Gonçalves Pereira é graduado em Engenharia de Alimentos, pela Universidade Estadual de Campinas - Unicamp. Nesta mesma instituição, obteve o título de mestre e doutor em Engenharia de Alimentos.

Confira a entrevista completa no site do IHU-Unisinos: http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=17945


sexta-feira, 31 de outubro de 2008

"Do Mundo para os EUA: Hora de Mudança"

Em menos de uma semana os americanos estarão indo para as urnas. Muita coisa está em jogo nestas eleições - a luta contra o aquecimento global, a guerra no Iraque, o compromisso global com direitos humanos, entre outras coisas.
Os conservadores estão desesperados, propagando uma mensagem preconceituosa e negativa para assustar os americanos a "votarem" contra o terrorismo.
Veja o vídeo criado pela Avaaz.org para desafiar os americanos a terem uma visão diferente e inspirá-los a votarem pela paz, esperança e união.
Se um grande número de pessoas assistirem ao vídeo ele ganhará destaque na mídia americana, podendo influenciar eleitores indecisos.
Assita o vídeo:
http://www.avaaz.org/po/for_all_of_us
E participe da campanha da Avaz.org, "Do Mundo para os EUA: Hora de Mudança"

Como não comer carne produzida em áreas desmatadas ilegalmente?

Agir para preservar as florestas que temos já é desejo de muitos. Contudo, saber exatamente o que fazer não é simples. Quem está nos grandes centros urbanos pode fazer muito não consumindo produtos oriundos de desmatamentos ilegais. Sem mercado consumidor, a necessidade de ampliar as áreas de produção desaparece. Simples. Mas como saber a origem do que consumimos?

No caso da madeira, contamos com as certificadas, que comprovam sua correta extração. Mas e no caso da carne? Segundo João Meirelles, do Instituto Peabiru que atua há dez anos em defesa da biosociodiversidade da Amazônia, de três bifes consumidos no Sudeste, um vem da região amazônica. "O maior mercado consumidor da carne dos desmatamentos são São Paulo e Rio de Janeiro", afirma.

Para escapar deste quadro, o consumidor pode, por enquanto, comprar sua carne em açougues abastecidos por frigoríficos de seus próprios Estados. Pedir para ver a nota fiscal de quem fornece a carne é contudo uma situação delicada. Requer tato e bom entrosamento com os responsáveis pela venda.

Quanto mais consumidores manifestarem este desejo de comprovar a origem do que comprarão, mais fácil isto se tornará. Para não reduzir a clientela, os estabelecimentos buscarão ter uma carne de correta procedência e, ao fazê-lo, expor isto em local visível de suas lojas. Então, solicitar esta informação vale o esforço.

Para ajudar os consumidores, o Movimento Nossa São Paulo firmou um pacto com três das principais redes de supermercado do Sudeste para que recusem a compra de desmatadores ou de quem impõe condições abusivas de trabalho. Uma iniciativa que, embora criticada por ONGs, já abre espaço para mais avanços.

Enquanto nossa fiscalização não dá conta de impedir o desmatamento e a criação de bois em locais de preservação ambiental, fica mesmo com os consumidores o poder de buscar não contribuir para este abuso.

Extraído de: http://www.bancodoplaneta.com.br

Inscrições abertas para o Curso de Pós em Ecologia e Espiritualidade

Espiritualidade, Ecologia e
Educação: Uma abordagem transdiciplinar

Área de concentração: Espiritualidade, Ecologia e Educação – uma abordagem transdisciplinar

Duração: 2 anos, distribuídos em 3 etapas, perfazendo um total de 360 horas/aula.
Além de aulas expositivas, serão oferecidas oficinas temáticas (workshops). Tanto as aulas quanto as oficinas acontecerão de 2ª a 6ª feira (7 aulas cada dia: 4 de manhã e 3 de tarde). Aos sábados, serão programadas visitas a experiências ecológicas alternativas.

Conteúdo:

1ª etapa:
ECOLOGIA, CIÊNCIA E NOVO PARADIGMA

  1. A Ecologia: novo paradigma
  2. O Estado da Terra: perspectiva histórica
  3. A Transdisciplinariedade: nova perspectiva
  4. A Eco-espiritualidade: nova perspectiva
  5. Gaia: a perspectiva biológica da Ecologia
  6. A educação numa perspectiva ecológica
  7. A Carta da Terra

2ª etapa: ECOLOGIA SOCIAL

  1. Sociedades sustentáveis
  2. Economia solidária
  3. Ética planetária
  4. O caso do Brasil: perscpetiva histórica
  5. A educação para a cultura da Paz
  6. Eco-espiritualidade e ecologia social
  7. A ecologia na Legislação Brasileira

3ª Etapa: ECOLOGIA INTEGRAL

  1. Eco-espiritualidade e cultura da Paz
  2. Eco-espiritualidade indígena
  3. Eco-espiritualidade afro-brasileira
  4. Eco-espiritualidade budista
  5. Eco-espiritualidade judeu-cristã
  6. Eco-espiritualidade e cultura da Paz na ótica franciscana
  7. Relação entre corpo e saúde
  8. Eco-espiritualidade e Educação

Inscrição: Prazo final até 15 de dezembro de 2007
Vagas limitadas

Valor da Inscrição: R$ 50,00 (cinqüenta reais)
Investimento:
24 parcelas de R$ 190,00 (cento e noventa reais)
Hospedagem: consulte informações
Local: Instituto Teológico Franciscano

Duração: 2 anos (360 horas/aula)
1ª etapa: 07 a 25/01/2008
2ª etapa: 12 a 30/01/2009
3ª etapa: 11 a 29/01/2010

Professores
Dr. Inácio Neutzling –Unisinos
Dr. José Augusto Pádua – UFRJ
Dr. Ludovico Garmus – ITF
Dr. Luis Carlos Susin – PUC-RS
Ms. Maristela Barenco C. de Mello – UERJ
Dr. Sinivaldo S. Tavares – ITF
Ms. Valesca B. B. Fernandes – C. Mendes/Estácio
Dr. Vitório Mazzuco – ITF

Coordenador
Dr. Sinivaldo S. Tavares

Informações e Inscrições
Rua Coronel Veiga, 550
Petrópolis – RJ
CEP 25655-151
Fone (24) 2243-9959
Fax: (24) 2231-6409
Email: secretaria@itf.org.br
Home-page: www.itf.org.br

Instituto Teológico Franciscano
Apoio: Editora Vozes

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Celebração dos 800 anos do Carisma de Francisco e Clara de Assis

Louvamos e agradeçamos ao Altíssimo e Bom Senhor pelas maravilhas que operou nesses abençoados dias. Foram momentos plenificados pela presença do Espírito do Senhor e seu santo modo de operar: As oportunas reflexões e testemunhos, as Oficinas, o lançamento do SELO comemorativo, a Cantata, o PEREGRINO DE ASSIS no Teatro Nacional de Brasília, a Eucaristia de encerramento, a linda caminhada rumo ao Palácio do Planalto, o ato de entrega ao Vice-Presidente da República da re-leitura da CARTA AOS GOVERNANTES e o convite para todos/as visitarem as dependências do Planalto. Sensibilizados destacamos o trabalho responsável da Coordenadora Nacional do Evento, Ir. Maria Fachini,CF e sua Equipe Executiva. O trabalho eficiente e silencioso das inúmeras Equipes de apoio voluntário foi de vital importância para a condução tranqüila do Evento.
Como nem tudo nesse mundo é perfeito, colocamos no Coração de Deus todas as limitações convertidas em irmãs e que nós procuramos acolher com paciência, serenidade e alegria. Na esteira dos ensinamentos do Santo Pai fizemos o esforço de ler o sofrimento sob o prisma da redenção e ressurreição.

Nossos sinceros agradecimentos pela participação direta ou indireta nas Celebrações dos 800 anos. Deus nos conceda a graça de re-começar sempre com devoção na experiência gozosa da herança recebida.

Ir. Maria Vilani Rocha de Oliveira, FHIC

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

800 anos do Carisma de Francisco e Clara de Assis

Há 8 séculos, o Espírito Santo agraciou Francisco e Clara com a vocação de levar uma vida de Irmãos e Irmãs Menores. A Igreja reconheceu e confirmou este carisma que deu início a um grande movimento, um modo especial de ser Igreja e de viver na sociedade.

Em 24 de fevereiro de 1208, na festa do apóstolo Matias, Francisco ouve na Capela de Porciúncula aquela passagem do Evangelho “Ide e anunciai: O Reino dos Céus está próximo. Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios! Recebestes de graça, dai também de graça. Não leveis nos cintos moedas de ouro, de prata ou de cobre” (Mt 10, 7-9).

Profundamente emocionado com aquilo que ouve, exclama: “Isto é o que desejo; é o que procuro; é o que busco de todo o coração!” No dia 15 de abril do mesmo ano, os primeiros irmãos juntaram-se a ele. Juntos, abrem três vezes a Sagrada Escritura e recebem os seguintes versos orientadores: “vai, vende tudo...!” (Mc 10,21); “Não leveis nada para o caminho...” (Lc 9,3); “Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo...!” (Mt 16,24).

Este é o início do movimento franciscano e, para nós, é a razão de considerarmos o ano de 1208 como o ano do nascimento do nosso carisma. E 1209 é o ano em que o Papa Inocêncio III deu a autorização verbal a Francisco de fundar uma ordem. É o início da dimensão institucional do movimento franciscano. (www.ccfmc.net)

Celebrar os 800 anos do Carisma Franciscano e reviver o sonho de Clara e Francisco de Assis neste chão e neste tempo, essencialmente significa renovar nosso compromisso com os pobres e com a natureza para ajudarmos a construir um mundo de justiça e paz.

Entre os dias 17 a 19 de outubro, acontece em Brasília – DF, a Celebração Latino Americana e Caribenha dos 800 anos do Carisma Franciscano. Com caráter de congresso, o evento tem com o tema “Reviver o Sonho de Clara e Francisco de Assis no chão da América Latina e Caribe”. E terá espaços de testemunhos, conferências e oficinas.

Estarão presentes os freis Capuchinhos Aldir Crócoli, José Bernardi e Pilato Pereira que, juntamente com Irmã Salete Dal Mago (Franciscanas de N.S. Aparecida), trabalharão a Oficina sobre a “Missão Francisclariana e os Excluídos”.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Comandante Che Guevara - Nathalie Cardone

Algumas palavras sobre Che Guevara

Neste dia 8 e 9 de outubro fizemos memória dos 41 anos da morte Ernesto Che Guevara. Che "morreu como queria, lutando". Perdeu sua própria vida na defesa de muitas vidas mutiladas pelo capitalismo. Ernesto Che Guevara que nasceu em 14 de maio de 1928 na Argentina, e desde criança sofria de asma. No ano de 1946 fez um passeio ciclístico pela Argentina, o que lhe permitiu conhecer mais de perto a realidade de seu povo.

Aos 19 anos ingressou no curso de Engenharia da Universidade de Buenos Aires. Mas depois que passou 17 dias ao lado de sua avó enferma decidiu estudar Medicina para poder ajudar as pessoas idosas e doentes. Vemos em Che Guevara uma pessoa de forte sensibilidade para com os sofrimentos humanos e essa característica perpassa toda a sua vida.

Em 1952, já formado em Medicina, Ernesto Guevara vem para o Brasil pela primeira vez. No ano seguinte concluiu a especialização em doenças alérgicas, pois pretendia fazer pesquisas para encontrar uma solução para problema da asma. Neste mesmo ano, Ernesto desembarcou na Guatemala e um ano depois foi para o México onde conhece a peruana Hilda Gadea Acosta que se torna sua companheira e com a qual teve a primeira filha, também chamada Hilda. Em 1955, Ernesto Guevara conhece Fidel Castro, o qual não precisou convidá-lo duas vezes e já estava disposto a fazer parte do exército revolucionário, que lutaria para derrubar o governo do ditador Fugêncio Batista e implantar o socialismo em Cuba.

O amigo e companheiro Fidel ajudou a dar um novo rumo na vida de Ernesto Guevara. Dali em diante passou a ser chamado de "Che", por ser argentino, e com este nome ele entrou para a Historia. No período de 1956-1958 aconteceu em Cuba a Revolução Popular, que se desenvolveu com vigor em todo o país graças ao apoio da grande maioria de sua população. No início, Che Guevara desempenhou as funções de médico, mas logo foi se destacando entre o grupo e tornou-se um dos principais lideres, sendo responsável pela coluna que tomou uma das mais importantes cidades do país, Santa Clara. Em 1959, o ditador Fugêncio Batista foge do país e começam as transformações socialistas em Cuba.

Ernesto Che Guevara ocupou cargos importantes no governo cubano. Foi Ministro da Indústria e Comércio, Presidente do Banco Nacional, etc... Mas o grande estadista, por ter vocação de militante social, não se conformava por ficar preso em gabinetes. Saia para colocar em prática a idéia dos mutirões populares e trabalhos voluntários como forma de resolver rapidamente os principais problemas sociais do povo cubano. Com seu exemplo, Che conseguia mobilizar a população cubana a trabalhar na construção do projeto socialista.

Em 1966, ao perceber grande disposição e potencialidades no povo cubano para prosseguir a luta de consolidação do socialismo, Che Guevara assume mais uma vez o papel de militante e vai para o Congo, na África. Mais tarde retornou para a América Latina, com o sonho de promover, na Bolívia, o mesmo processo revolucionário que havia iniciado em Cuba e depois estende-lo para toda a América Latina. Che era uma espécie de “aventureiro”, mas de um jeito diferente. Como ele mesmo dizia, “muitos me chamarão de aventureiro e o sou, só que de um tipo diferente: daqueles que entregam a pele para defender suas convicções”.

Por querer uma América Latina livre do imperialismo norte-americano, Che estava sendo perseguido pelo governo dos Estados Unidos. No dia 08 de outubro de 1967, Ernesto Che Guevara foi preso no povoado de La Higuera, interior da Bolívia. E no dia seguinte, 9 de outubro, por ordens da CIA, um serviço de inteligência militar dos EUA, Che foi friamente fuzilado no interior de uma pequena escola rural. E suas últimas palavras dirigidas ao agente da CIA, Felix Rodriguez, foram as seguintes: “Sei que você veio para me matar. Atire covarde, você só vai matar um homem”.

Aos 39 anos de idade, Ernesto Che Guevara foi morto e enterrado numa vala comum na Bolívia. Somente depois de 30 anos seus restos mortais foram resgatados, mas o seu espírito de luta, seu sonho de liberdade, seu exemplo de cidadão latino-americano e a sua ternura e sensibilidade humana sempre continuaram e continuarão presentes em muitas pessoas que não medem esforços para ajudar a humanizar o mundo.

Pensando na morte de Che podemos recordar uma frase que ele mesmo disse: “os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera”.

Frei Pilato Pereira

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Chegou a Primavera!

Nestes dias o Hemisfério Sul celebra a chagada da Primavera, a estação das flores e da unimultiplicidade das cores da vida. A Primavera sempre vem. Todos os anos ela vem desabrochar a vida, reflorescer os sonhos e acordar a esperança, embelezar e perfumar a convivência das pessoas e a natureza. Dissera Che Guevara que “os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera”. Assim como o Verão, o Inverno e o Outono, a Primavera sempre volta, sem nunca ter nos deixado. Como o Sol que surge no horizonte, se alastra e depois se põe e no dia seguinte, mesmo as escondidas, lá está ele novamente cumprindo seu ritual de nascer e morrer, sem nunca deixar de viver. Assim é a vida. As flores que agora são flores virão a ser frutos e os frutos alimentam outros seres e guardam suas sementes que morrem para gerar vida que floresce. E quanto mais nos detemos a observar e compreender os mistérios da natureza, mais nos envolvemos em mistérios que se revelam e velam verdades tantas. Existem paisagens belas que são reveladas pela luz e outras, igualmente belas, são reveladas pela noite. E o que noite esconde, o dia desvela e o que o dia desfaz, a noite refaz.

A Primavera exibe as cores da vida. Ela expõe um espetáculo que não é somente seu, mas a sua missão é exibir a vida em forma de flores. Para que existam flores na Primavera, é preciso o calor do Verão, a transição do Outono e o frio do Inverno. Tudo depende de tudo e tudo está interligado com tudo. O capricho da natureza, muitas vezes desconhecido, durante as outras estações resulta na beleza da Primavera. Quando nos encantamos com as flores desta estação, é bom reconhecer o quanto foi importante o clima regular das outras estações. Não haveria Primavera se não fosse o Inverno. Quando reclamávamos daqueles dias frios que só se saia de casa por extrema precisão, a natureza silenciosamente se servia daquele clima para nutrir a vida. E agora, com toda eloqüência, a Primavera canta a poesia da vida.

A Primavera é mesmo fascinante. Sua missão é revelar a beleza da vida que, por vezes, passa despercebida. E quando a Primavera nos diz que a vida é linda e nós humanos compreendemos a sua poesia, a vida realmente se torna melhor. Também externamos as nossas cores. Cores de sentimentos, desejos, pensamentos, idéias, ideologias, crenças e filosofias. As cores que pintamos e vestimos e também as cores de bandeiras que erguemos. E quando essas bandeiras pregam paz, justiça e dignidade, elas movem o mundo. Sendo assim, são bandeiras que expressam nossa humanidade, como as flores que na Primavera expressam a beleza que está na essência da vida.

sábado, 20 de setembro de 2008

O Dia da Árvore e o Cio da Terra

A data considerada como o Dia Mundial da Árvore ou o Dia Mundial da Floresta é 21 de março. Mas os Estados Unidos decidiram adotar o 22 de abril como o Dia da Árvore. E muitos países têm adotado uma dessas duas datas. O Brasil, porém, foi um dos poucos países que não seguiu o exemplo dos EUA e também não adotou a data mundial que é 21de março. Nós brasileiros celebramos oficialmente o Dia da Árvore em 21 de setembro. E existe uma explicação lógica e muito bela para esta decisão.

Os povos indígenas brasileiros, em geral, sempre cultuaram as árvores na época das chuvas ou quando se preparava a terra para semear. Então se adotou a data que marca a entrada da Primavera. Algo que nos chama a atenção é o fato de que, por razões climáticas, o Norte e o Nordeste do Brasil cultuam a árvore na última semana de março, no período referente ao início das chuvas naquela região, e não como acontece no restante do país.

No Brasil, a celebração da árvore está intimamente relacionada com a vida da natureza e das pessoas que vivem num determinado lugar. Para quem vive na região sul do Brasil, a data em que é celebrado o Dia da Árvore, 21 de setembro, tem a ver com o período em que as terras estão sendo cultivadas ou já semeadas e as sementes estão germinando, crescendo, virando planta e as arvores voltando a florir novamente. Celebramos a árvore no período em que a semente, por causa do cio da terra, começa a virar planta e as plantas revelam sua beleza através das flores.

No Dia da Árvore celebramos a natureza, a vida se renovando, evidenciando a beleza que silenciosamente alimentou durante o inverno - tempo de seu recolhimento. O mês de julho é propício para o plantio de mudas de arvores, mas podemos ir plantando ainda em agosto ou até mesmo em setembro, para não deixar de plantar. Quando chegar o Dia da Árvore é bom que as mudas que plantamos em julho ou agosto já estejam firmes, em boa sintonia com a terra e todo o ambiente, se enraizando e prontas para começar a crescer com o calor da Primavera.

Plantar uma árvore é um sinal de amor à vida e um ato de compromisso ético com as gerações futuras. Mas, é preciso conhecer a natureza e saber quais são as árvores específicas do bioma, do ecossistema onde vivemos. Não basta apenas plantar árvores, é preciso plantar o tipo árvores que convivam em harmonia com o ambiente, ou seja, árvores nativas. Uma árvore fora do seu habitat natural, que é chamada de planta exótica, pode não vingar ou sofrer muito e não se desenvolver no seu vigor original, além de atrapalhar as plantas nativas.

E quando as árvores são plantadas em grandes extensões, em forma de monoculturas, elas podem afetar a vida do habitat onde foram plantadas. Sobre as monoculturas de eucaliptos, por exemplo, já se tem experiências de que provocam desequilíbrio ambiental e afetam fortemente a normalidade do ambiente, prejudicam as outras formas de vida do local onde são plantadas. Plantar poucas mudas de eucalipto, acácia ou qualquer outra árvore exótica, às vezes para o consumo local, não causa tantos problemas ambientais. Mas, quando o plantio é realizado em grandes extensões de terra, isto se torna extremamente perigoso. Mesmo quando se planta poucas árvores, é preciso ter o cuidado de que elas não sejam predominantes e capazes de agredir a biodiversidade nativa do lugar.

Plantar árvores é bom, é saudável para a vida. Além do seu valor em si, uma árvore traz muitos benefícios para a vida das pessoas e de toda a natureza. Sabemos da grande importância das árvores para o funcionamento normal da vida no planeta. Não podemos viver sem árvores, mas não basta simplesmente plantar árvores, pois nem todo verde é ecologicamente correto. Precisamos plantar e cuidar das nossas árvores nativas. E quem ainda não plantou uma árvore nativa neste ano, pode aproveitar o Dia da Árvore e plantar pelo menos uma.

Normalmente, quem planta uma árvore, não é o seu principal beneficiário. Mas, quem foi que plantou tantos milhões de árvores que hoje garantem nossa vida, nossa respiração? Certamente não foram nossas próprias mãos que plantaram as florestas e as plantas todas que permitem a vida ao nosso redor. A mão de Deus, a natureza e outras pessoas foram solidárias conosco. Portanto, sejamos solidários com quem ainda não nasceu e precisará encontrar um planeta com árvores, flores, frutos, água e todos os recursos que sustentam a vida. Herdamos um mundo onde é possível respirar. E o que deixaremos para as futuras gerações?

Plante a continuidade da vida, plante uma árvore nativa.

Frei Pilato Pereira freipilato@gmail.com

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Vídeo "Montanhas de papel, montanhas de injustiça"

Estimad@s amig@s,
Queremos informar a vocês que já está disponível a versão em português do vídeo "Montanhas de papel, montanhas de injustiça", que documenta os impactos da indústria da celulose e o papel.
Esperamos que este vídeo de 11 minutos sirva como uma ferramenta a mais no contexto das atividades do dia 21 de setembro, Dia Internacional contra as Monoculturas de Árvores, para gerar consciência sobre o consumo desmedido de papel e sobre as lutas locais das comunidades que enfrentam as monoculturas de árvores e as plantas de celulose no Sul.

O vídeo pode ser acessado no seguinte endereço:

Cordialmente,
A equipe do WRM

domingo, 7 de setembro de 2008

O Pampa poderá ser tombado pela UNESCO como Reserva da Biosfera

Em reunião ocorrida no Ministério do Meio Ambiente (MMA), em Brasília, dia 28.08, foi aprovada a ampliação da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA). A proposta foi apresentada pela Rede Brasileira de Reservas da Biosfera, resultado dos trabalhos iniciados em 2006 e aprovados em 2007 pelo Conselho Nacional da Reserva da Biosfera (CN-RBMA). A aprovação unânime se deu na reunião do Comitê Brasileiro para o Programa "O Homem e a Biosfera" (MaB), da UNESCO, previsto na lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). O Centro de Estudos Ambientais (CEA) tem assento no COBRAMAB, sendo a única ONG ecológica brasileira a compor o Comitê, representando o Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais Para Desenvolvimento Sustentável (FBOMS). Entre as atribuições do COBRAMAB está a coordenação do Programa MaB, o qual foi criado em 1968, após a Conferência sobre a Biosfera, realizada pela UNESCO, em Paris.

As Reservas da Biosfera formam uma rede mundial de áreas protegidas compreendendo ecossistemas terrestres e/ou marinho e tem como objetivo a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável. A revisão da RBMA deve ser feita a cada cinco anos e seguiu orientações estabelecidas pelo CN-RBMA, abrangendo os seguintes critérios zoneamento; inclusão de áreas urbanas; inclusão de áreas marinha e limites da RBMA.

Atualmente o Brasil possui 7 Reservas da Biosfera, nos grandes biomas como segue: RB Pantanal, RB Caatinga, RB Cerrado, RB Amazônia Central, RB da Serra do Espinhaço e a RBMA.

Com a proposta aprovada pelo COBRAMAB (mapa acima), a RBMA no RS será significativamente ampliada, fazendo com que áreas do bioma Pampa passem a ser tombadas como patrimônio da humanidade, como já é parte do banhado do Taim (Estação Ecológica), cuja área tutelada será ampliada em aproximadamente 70 mil hectares.
Segundo Antonio Soler, advogado ambientalista, representante do CEA no COBRAMAB, a decisão “é importante e inédita para a proteção do bioma Pampa, o qual não apresenta áreas protegidas na proporção de sua diversidade biológica e relevância ecológica”.

O outro ponto da pauta foi a aprovação da reestruturação do COBRAMAB, o qual, por proposta do CEA, ampliou a participação das ONGs ecológicas.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Capuchinhos do Rio Grande do Sul elegem governo provincial

Frei Álvaro Morés é reeleito provincial dos Capuchinhos do Rio Grande do Sul

Ao término do XXI Capítulo Provincial, realizado de 1º a 5 do corrente, em Garibaldi, RS, Frei Álvaro Morés foi reeleito por mais um triênio na coordenação dos Freis Capuchinhos do Rio Grande do Sul. Frei Álvaro será assessorado pelos Freis Cleonir Paulo Dalbosco, José Lagni, Evaldo Valdir de Freitas e Nilmar Carlos Gatto. Cada um deles assessorará o Provincial nestas áreas: Pastoral e Meios de Comunicação, Economia e Administração, Formação e Animação Vocacional.

O encontro aprovou também 17 projetos constantes do Planejamento Estratégico para os próximos anos. Trata-se de programar uma administração moderna, sem perder de vista o carisma da Ordem e os compromissos com o povo de Deus. O Capítulo Provincial dos Freis Capuchinhos gaúchos, pela primeira vez, foi presidido pelo Superior Geral da Ordem, Frei Mauro Jöhri, que veio acompanhado de seu assessor para o Brasil, Frei José Gislon. Frei Mauro, de naturalidade suíça, mas residindo em Roma, é responsável pelos 11 mil Capuchinhos do mundo inteiro. Após a eleição, Frei Mauro empossou os novos dirigentes. A sede Provincial é em Caxias do Sul.

Além dos assuntos que tratam da vida e das atividades dos Frades gaúchos, o encontro de Garibaldi, reafirmou seu compromisso missionário em relação às vice-Províncias de Santo Domingo/Haiti e Brasil Oeste com sede em Cuiabá, MT.

Fonte: Assessoria de Imprensa do XXI Capítulo Capuchinhos RS

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