domingo, 24 de novembro de 2013

Ana Paula Maciel: "Não foi em vão"

'Não foi em vão', diz ativista brasileira que ficou presa na Rússia
A brasileira Ana Paula Maciel, ativista do Greenpeace que ficou presa na Rússia por dois meses após protestar contra a exploração de petróleo no Ártico, disse ter vivido o período mais difícil da sua vida enquanto esteve presa e afirmou ter ficado surpresa ao saber que seria libertada da prisão, após pagamento de fiança.

Ela e outros 29 integrantes da organização ambiental foram detidos por autoridades russas em setembro após realizarem uma manifestação na plataforma de petróleo da companhia Gazprom, no Mar do Norte, região do Círculo Polar Ártico. Eles tiveram a prisão preventiva decretada após serem denunciados pelos crimes de vandalismo e pirataria, acusações feitas pela Rússia -- o governo divulgou que a acusação de pirataria seria retirada, mas o Greenpeace diz que a denúncia ainda permanece.
A gaúcha conversou com o G1, 23-11-2013, por telefone direto de São Petersburgo, onde permanece desde que saiu da prisão, na última quarta-feira (20), após a Justiça conceder sua liberdade provisória.
Com o passaporte em mãos, mas sem previsão de retornar ao Brasil, Ana Paula contou que ficava 23 horas por dia dentro da cela em Murmansk, primeira cidade em que esteve detida, onde assistia a televisão, rezava e lia. Dividiu o ambiente com presidiárias russas e apesar de tudo, afirmou estar tranquila, ansiosa para ver a família e agradecida pelo apoio do governo brasileiro.
Ela aguarda a chegada da mãe, a motorista de transporte escolar, Rosângela Maciel, e da sobrinha a São Petersburgo. A previsão é que elas desembarquem na cidade russa na tarde deste domingo (24), hora local.
Segundo Ana Paula, o tempo de reclusão valeu a pena porque “fez chegar às pessoas do mundo inteiro a mensagem de que é necessário fazer algo para salvar o Ártico.” A brasileira disse ainda que sabe da possibilidade de voltar à cadeia, caso seja condenada. “Se a Justiça russa for mesmo justa, eu não tenho que ter medo de ser condenada por algo que não fiz. Embora trabalhe com essa possibilidade, não acredito que isso aconteça”.
Até este sábado, 29 ativistas tinham sido beneficiados com a liberdade sob fiança. Desse grupo, 23 já saíram da cadeia, incluindo Ana Paula. Apenas o australiano Colin Russell teve sua prisão preventiva prorrogada por mais três meses, até 24 de fevereiro.
Fonte: IHU Unisinos - Foto:  Foto: Dmitri Sharomov/Greenpeace/AFP

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terça-feira, 10 de setembro de 2013

O Conselho Mundial de Igrejas e o Tempo para a Criação

O Conselho Mundial de Igrejas (CMI) está presente e é reconhecido em todo o mundo, considerado “uma comunhão de igrejas que confessam o Senhor Jesus Cristo como Deus e Salvador, segundo as Escrituras”. As igrejas-membro do Conselho “procuram cumprir juntas sua vocação comum para a glória do Deus único, Pai, Filho e Espírito Santo”. Trata-se de uma “comunidade de igrejas no caminho para a unidade visível”, como testemunho de “uma só fé e só uma comunhão eucarística, expressa no culto e na vida comum em Cristo”. Com 349 igrejas, trabalhos em mais de 110 países e uma presença territorial que abrange todo o mundo, onde representa mais de 560 milhões de pessoas, esta é a maior organização do movimento ecumênico moderno e tem como objetivo central a unidade dos cristãos. Fundado em 1948, quando a maior parte das igrejas fundadoras eram europeias e estadunidenses, hoje a maioria das igrejas-membro do CMI estão na África, Ásia, Caribe, América Latina, Oriente Médio e no Pacífico.
O CMI é um espaço onde as igrejas-membro podem refletir, falar, agir, adorar e trabalhar em conjunto, testemunhando sua fé na unidade e no serviço. E entre os diversos trabalhos do CMI está também a preocupação com a questão ambiental através do programa “Justiça, Diaconia e Responsabilidade com a Criação”. Uma das campanhas e ações do CMI é o chamado "Tempo para a Criação", que acontece anualmente no período de 1º. de setembro a 4 de outubro. 
A campanha ecumênica Tempo para a Criação inicia no dia 1º de setembro por ser o primeiro dia do ano do calendário eclesiástico da Igreja Ortodoxa, estendendo-se até 4 de outubro, que é a Festa de São Francisco de Assis, na tradição católica romana e anglicana, e por ser um santo universal, admirado por diversas denominações e manifestações religiosas no mundo inteiro.
São Francisco de Assis é a referência nesta campanha ecumênica, que é um tempo de oração, reflexão sobre o cuidado e o uso justo dos dons da natureza que recebemos de Deus, e assim, renovar o compromisso ecológico. 
Cada ano o CMI escolhe um tema específico para a campanha e em 2013 propõe  que o Tempo para a Criação seja preparatório para a X Assembleia do CMI que acontecerá em Busan, na Coreia do Sul, entre os dias 30 de outubro a 8 de novembro de 2013. O tema da X Assembleia do CMI é "Deus da Vida, conduza-nos na Justiça e na Paz". Este tema proporciona as linha diretivas de reflexão, oração e meditação para o planejamento das atividades programáticas antes e depois da assembleia. 
A vida, a justiça e a paz estão intimamente ligadas com a Criação. Diante das ameaças contra a vida da Criação é preciso ações de acojustiça e paz com a Terra.
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Igrejas unidas em defesa dos catadores de Viamão

Depois de serem impedidos, pela Prefeitura de Viamão, a exercerem seu trabalho de reciclagem no próprio galpão, que conquistaram no orçamento do estado, catadores da Associação Nossa Senhora Aparecida, buscam apoio das igrejas, entidades, lideranças que os apoiaram desde o início da caminhada. Atualmente os trabalhadores tem a seu favor uma liminar na Justiça, mas correm o risco de a Prefeitura impossibilitar a atividade de reciclagem. O grupo está organizado há bastante tempo e possui o galpão através de uma parceria que o movimento Pró-Vida, constituído de diversas igrejas, fez com o governo do Estado e o município de Viamão, tem o papel de encaminhar os resíduos sólidos até o galpão para serem triados pelos trabalhadores. Mas o poder público municipal quer impedir a atividade no local, alegando problemas de licenciamento ambiental. Já os trabalhadores denunciam que foram até a Prefeitura protocolar pedido de autorização para continuar exercendo o trabalho e não foram atendidos, quando durante a noite o galpão foi lacrado e teve cadeados trocados. Na opinião dos catadores, trata-se de uma questão de interesse político de gestores públicos que visam tirá-los do local e se apropriar as instalações. 
Na de sábado, 7 de setembro, um grande grupo de apoiadores se reuniu na Paróquia da graça Divina para encontrar um meio de salvaguardar aos trabalhadores o direito de continuar a atividade em seu galpão de reciclagem. Estiverem presentes as igrejas IECLB (Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil), IELB (Igreja Evangélica Luterana do Brasil), IEAB (Igreja Episcopal Anglicana do Brasil), Pastoral da Ecologia da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Também compareceram na reunião representantes da Câmara de Vereadores, da Associação Caminho das Águas - Ecoprofetas e outras lideranças locais que apoiam a causa dos catadores. O grupo voltará a se reunir durante esta semana para continuar os esforços pelo direito da Associação Nossa Senhora Aparecida continuar seu trabalho que garante renda para as famílias e preservação ambiental.
Para o bispo anglicano, dom Humberto, a participação da IEAB nesta reunião ecumênica representa uma ação concreta da campanha Tempo para a Criação. Humberto lembra que a igreja vem apoiando este trabalho desde o início, na década de 90. 

quarta-feira, 5 de junho de 2013

40 anos do Dia Mundial do Meio Ambiente

Arte: PNUMA
Em 1972 a ONU organizou um encontro mundial em Estocolmo, na Suécia, que pela primeira vez tratou oficialmente sobre o meio ambiente. Nesta ocasião foi instituído a data de 5 de junho como o Dia Mundial do Meio Ambiente, o Dia da Ecologia. E também foi criado o UNEP (PNUMA) Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Na conferência de Estocolmo se confirmou que o meio ambiente deve estar no centro das preocupações da humanidade, e que o futuro da Terra depende do desenvolvimento de valores e princípios que garantem o equilíbrio ecológico.
Já se passaram 40 anos que se instituiu o Dia Mundial do Meio Ambiente, na linguagem bíblica, o tempo simbólico da passagem pelo deserto em direção da “terra prometida”. Aos 41 anos desta data celebrativa, deveríamos estar dando passos mais esperançosos e concretos na direção de uma segurança ecológica e, como o povo bíblico, visualizando ou entrando na “terra prometida”. Não é o que parece. Pois, desde 1972 até o presente momento foram dados poucos passos de progresso no propósito da instituição do Dia Mundial do Meio Ambiente. Na época, durante a conferência da ONU em Estocolmo, se confirmou que o meio ambiente deve estar no centro das preocupações da humanidade, e que o futuro da Terra depende do desenvolvimento de valores e princípios que garantem o equilíbrio ecológico.
Dez anos depois, em 1982, foi publicado, como sequencia desse processo, a Carta Mundial para a Natureza. No ano de 1987, a Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o desenvolvimento propôs a ideia do desenvolvimento sustentável. A comissão também sugeriu a Carta da Terra como um instrumento regulador das relações entre o meio ambiente e o desenvolvimento. O trabalho de redação deste documento foi sendo muito bem discutido em âmbito mundial até ser apresentado na Cúpula da Terra, realizada no Rio de Janeiro, em 1992 (Rio 92). Não havendo consenso, em seu lugar foi adotada a Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento. Em 1995, no encontro de Haia, na Holanda, foi criada a Comissão da Carta da Terra para realizar uma ampla consulta mundial sobre o assunto. Em 1997 esta comissão foi ampliada, tendo em seu corpo a participação de 23 personalidades mundiais. E o teólogo brasileiro Leonardo Boff é um dos integrantes dessa equipe, que teve inicialmente a presença de Paulo Freire. Após um primeiro esboço do documento em 1997, no Fórum Rio+5, e um segundo esboço em 1999, o texto foi oficialmente reconhecido em março de 2000 e endossado pela ONU em 2002.
Em 2012, 40 anos após o encontro de Estocolmo, ocorreu a Rio+20, que não demonstrou bons resultados dos diálogos e compromissos com a sustentabilidade. Sabe-se que a Rio+20 deveria tratar sobre o clima, mas o problema foi o “clima de negócios” que pairou nas mentes das autoridades. Infelizmente, em 2012 as autoridades mundiais não conseguiam pensar noutra coisa senão na crise do capitalismo. Esta caminhada de 40 anos deve ser resgatada para avaliarmos nossas responsabilidades e compromissos com a vida na Terra. Em 4 décadas muito poderia ter sido feito e, se as autoridades deixaram a desejar, vale toda a luta empreendida e os muitos esforços dos movimentos sociais e ambientais que fizeram história ecológica. 
Hoje, ecologia é uma questão popularmente aceita, mas também é manipulada por aqueles que supervalorizam o capital em detrimento da vida. Por isso, ser militante ecológico hoje é mais difícil que nas décadas passadas. Hoje precisamos distinguir entre ecologistas e ecologistas, verdes e verdes, verdades e verdades. Em 40 anos a ecologia ganhou enorme notoriedade. Mas, como o mercado e os capitalistas tiveram interesse pelo tema (não pela causa), a ecologia ingressou num mundo de meandros, num verdadeiro mistifório de pensamentos e ações. 
Pilato Pereira 

terça-feira, 14 de maio de 2013

Semana de Oração para a Unidade dos Cristãos 2013


O que Deus exige de nós?”. Este é o tema da SOUC - Semana de Oração para a Unidade dos Cristãos, edição 2013, que acontece entre os dias 12 e 19 de maio. Inspirado em Miquéias 6:6-8, o material foi todo preparado pelo Movimento de Estudantes Cristãos da Índia, com a consultoria da Federação de Universidade Católica de Toda a Índia e do Conselho Nacional de Igrejas na Índia. O CONIC, por sua vez, se encarregou de produzir todo o material que será utilizado por igrejas e movimentos ecumênicos. No processo de preparação, enquanto se refletia sobre o significado da Semana, ficou decidido que, num contexto de injustiça em relação aos dalits na Índia e na Igreja, a busca pela unidade visível não poderia estar dissociada do desmantelamento do sistema de castas e do apelo às contribuições para a unidade dos mais pobres. Leia mais no site do CONIC.
Clique AQUI para ler a Carta Aberta do Bispo Diocesano da Diocese Meridional, da IEAB, Dom Humberto Maiztegui Gonçalves, na Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos - 2013

sexta-feira, 22 de março de 2013

Ano Internacional de Cooperação pela Água


Por Pilato Pereira
A Organização das Nações Unidas, ONU, declarou 2013 como o Ano Internacional de Cooperação pela Água, com o objetivo de conscientizar sobre a importância e necessidade de cooperação para o manejo dos recursos hídricos que já são limitados diante de uma demanda em rápido crescimento. De acordo com a UNESCO, 145 países compartilham uma grande bacia hidrográfica com pelo menos mais uma nação. Pois, este fato é motivo suficiente para que a questão da água seja tratada mundialmente numa ótica de cooperação. 
Durante o Ano Internacional de Cooperação pela Água deverão ocorrer ações que destacam as iniciativas de sucesso em cooperação pela água e, certamente, serão trabalhados temas importantes como educação ambiental com foco na água, diplomacia sobre a água, gestão da água em regiões de fronteiras, cooperação financeira, entre outros.
O presidente do Conselho Mundial de Água é o brasileiro Benedito Braga, que iniciou sua gestão em 2013 preocupado com o fato de que existem no mundo 271 bacias hidrográficas com rios que estão compartilhados por mais de um país. Sendo que em muitos lugares a questão já virou assunto de segurança política, como no caso do Rio Nilo, que é compartilhado por nove países. A ONU pretende com esse tema incentivar o lado bom disso, que é a cooperação entre os povos.
No Brasil temos diversos rios em que as águas estão compartilhadas com outros países, como por exemplo, o Amazonas, que tem sua origem no sul do Peru e deságua no Oceano Atlântico, no norte brasileiro. As águas do Amazonas banham diretamente Peru, Colômbia e Brasil. Mas a bacia amazônica abrange terras de vários países da América do Sul, como Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana, Bolívia e Brasil. Também temos o rio Uruguai que abrange Argentina, Uruguai e Brasil, o rio da Plata que está no Brasil e Argentina, o rio Paraguai que envolve Argentina, Brasil, Bolívia e Paraguai. E dentre tantos outros casos de rios, também temos na América do Sul o caso do Aquífero Guarani, que abrange territórios da Argentina, do Brasil, Paraguai e Uruguai. 
Embora sejam usados para definir territórios, percebemos que os cursos d’água não têm fronteiras. Por onde passam, as águas servem a todos e todas, independentemente da nacionalidade. Pois, os rios são do mundo, da humanidade e assim como suas águas servem a todas as formas de vida em diferentes territórios e diversos povos, elas deveriam ser cuidadas de forma comum, através da cooperação das nações. Ou seja, os países deveriam se unir para cuidar da Água, que é patrimônio da humanidade e direito de todos os seres vivos.
Neste Dia Mundial da Água, 22 de março, mencionando que 2013 é o Ano Internacional de Cooperação pela Água, não podemos reivindicar o cuidado global deste bem comum, se não nos preocuparmos com as situações locais. É importante lembrar que os países devem se unir para cuidar de suas águas, mas é uma necessidade premente dar maior atenção aos arroios, fontes, nascentes, riachos, rios que estão perto de nós. Vamos unir nossas vizinhanças para cuidar da Água mais perto de nossas casas e que fazem parte do nosso cotidiano. Pois, assim, também através do exemplo, estaremos reivindicando que os países do mundo todo levem a sério o Ano Internacional de Cooperação pela Água.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

CARTA DA 36ª ROMARIA DA TERRA


Aproximadamente 12 mil pessoas participaram da 36ª Romaria da Terra em Bento Gonçalves nesta terça-feira de carnaval, na sede da ABCTG (Associação Bentogonçalvense da Cultura Tradicionalista Gaúcha). Organizada pela diocese de Caxias do Sul, paróquia Santo Antônio de Bento Gonçalves, CNBB Sul 3 e Comissão Pastoral da Terra (CPT/RS), a romaria teve como tema “Terra, vida e cidadania” e o lema “Terra e cidadania: princípios do bem querer”. 
Os romeiros e romeiras foram recepcionados por muita animação e durante a romeira receberam pães, uvas, ameixas e outras frutas, simbolizando a produção de alimentos saudáveis, sem venenos. Além da tradicional presença do ex-governador Olívio Dutra, a Romaria também contou com a participação do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, que ouviu dos romeiros o pedido de mais atenção à agricultura familiar.

CARTA DA 36ª ROMARIA DA TERRA
Tema: TERRA, VIDA E CIDADANIA
Lema: Terra e Cidadania, princípios do Bem Viver
Em cada Romaria da Terra, sempre tem uma palavra de acolhida, com muitas ideias e temas para debater antes, durante e depois. E no final da Romaria também sempre vai uma palavra companheira para acompanhar o povo romeiro e lembrar que é preciso continuar a caminhada de fé e esperanças, de sonhos e de lutas em favor da vida.
E aqui vai uma palavra inspiradora, a Carta da 36ª Romaria da Terra, que romeiros e romeiras, como Povo de Deus, levam para suas Comunidades. Nessa Carta vai o afeto, a ternura, a graça e a paz de Jesus Cristo que vivenciamos nesta Romaria, uma experiência de fé que nos anima a continuar testemunhando o bem viver, defendendo a Terra, a Vida e a Cidadania.
Estamos em Bento Gonçalves, Serra Gaúcha, terra prometida de muitos migrantes, aqui nos reunimos partilhando o pão e o vinho e celebramos nossa caminhada, reafirmando os princípios do bem viver e nossas convicções na construção de uma sociedade justa, solidária e sustentável.
A TERRA é sagrada, lugar de convivência, onde acontecem as relações de vida, trabalho e cidadania entre pessoas e a natureza. Denunciamos a sua concentração, o agronegócio, a violência no campo, o trabalho escravo, o envenenamento da terra, da água e das pessoas, a destruição da biodiversidade, o monopólio das sementes e da tecnologia e a falta de políticas públicas adequadas para a agricultura familiar e camponesa. Por isso, reafirmamos nosso compromisso de lutar pela partilha da terra e pela reforma agrária, transformando a terra num meio de produção agroecológico, onde as boas práticas agrícolas e de consumo sejam assumidas e respeitadas e, um dia, verdadeiramente livre dos venenos e da ambição do latifúndio e do agronegócio.
A VIDA é o grande milagre do nosso Deus Criador, Libertador e Doador dos Dons de justiça, paz e sustentabilidade. Por isso, denunciamos a degradação da vida, o individualismo, o envenenamento e a destruição dos recursos naturais. Assumimos o desafio de promover,preservar, defender, cuidar e celebrar a vida em todas as suas formas e possibilidades, viver e deixar viver.
A CIDADANIA é um desafio constante, uma construção da vida toda que nunca esta completa, sempre carregada de beleza e de compromissos com as causas da libertação e da liberdade, da dignidade, da justiça e do bem comum. Denunciamos os meios que não geram cidadania plena como: as opressões, os monopólios econômicos e políticos, a politicagem, as injustiças, a negação dos direitos e da liberdade. Assumimos a promoção da cidadania permanente, solidária, ativa, autora e transformadora gerada a partir da cooperação, da solidariedade, da terra, do cuidado e da participação plena e efetiva de todas as pessoas nos processos decisórios da vida em sociedade.
Saímos dessa 36ª Romaria da Terra, com o desejo mais forte de viver o exemplo do jovem Jesus de Nazaré, nosso Deus que se fez cidadão do mundo. E, hoje, com sua Palavra, nos desafia e nos fortalece para o resgate da cidadania do bem viver, onde a Vida na Terra seja plena de justiça e paz.

Bento Gonçalves, 12 de fevereiro de 2013.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Irmão Cechin: aos 85 anos, o profeta dos catadores ainda está disposto a lutar

Comprometido com a causa dos catadores 
e carroceiros, irmão marista critica governo, 
movimento tradicionalista
e conservadorismo na Igreja Católica
Foto: Ramiro Furquim/Sul21
Rachel Duarte - Sul21
Este ano ele completa 86 anos de vida. Apaixonado pelos pobres e dedicado integralmente a fazer o bem por meio do empoderamento dos cidadãos, sem assistencialismo. Em longa entrevista ao Sul21, o irmão marista Antônio Cechin falou sobre as atividades que influenciaram uma geração de militantes no Rio Grande do Sul e no Brasil. A conversa foi no apartamento onde vive com a irmã Matilde, uma fiel companheira de lutas, na mesma sala de onde, em duas oportunidades, foi retirado por agentes da ditadura militar e levado para a tortura no DOPS. “Ainda bem que esta entrevista não está acontecendo naquela época, em que nada poderia ser dito”, disse no começo da conversa.
Reticente em conceder a entrevista a princípio, Irmão Cechin acabou concordando em seguida, dizendo estar falando “em nome do bem dos catadores”. Conhecido nacionalmente como uma espécie de profeta da ecologia, devido ao pioneirismo com as unidades de reciclagem no país, ele fala que “geralmente os que defendem os pobres não são ouvidos” pela grande imprensa. Desde a água da torneira fornecida à reportagem, até as vezes em que parou a conversa para atendimentos de catadores envolvidos no projeto Ecoprofetas, que administra com apoio da Petrobras, Irmão Cechin se mostrou um homem humilde e devoto, além de profundamente dedicado aos movimentos populares.
Um dos fundadores do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), criador da Romaria da Terra e da Romaria das Águas e idealizador da missa em honra a Sepé Tiaraju, ele contou sobre a incompreensão de sua própria congregação quanto a sua filosofia religiosa. “Nós temos na Igreja a última monarquia do mundo. O Papa como o único Deus da verdade absoluta, que não divide o poder. Esta igreja não é a que existe na América Latina”, disse.
Atualmente, Irmão Cechin luta pela recuperação dos 18 galpões de reciclagem que construiu com apoio da Igreja durante os governos do PT em Porto Alegre. Ele denuncia um suposto descaso da atual gestão municipal e responsabiliza também a “burguesia despolitizada”, que não possui consciência ambiental para respeitar os catadores ou começar, em suas próprias casas, as mudanças pelo meio ambiente saudável. “Não só o governo, é toda a sociedade que não tem consciência. Há um preconceito das pessoas com os catadores, principalmente das que moram perto das unidades de reciclagem, que se isolam com muros e grades como se estas pessoas fossem lixo”.
Clique AQUI e leia a entrevista no site Sul21

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