Neste dia 8 e 9 de outubro fizemos memória dos 41 anos da morte Ernesto Che Guevara. Che "morreu como queria, lutando". Perdeu sua própria vida na defesa de muitas vidas mutiladas pelo capitalismo. Ernesto Che Guevara que nasceu em 14 de maio de 1928 na Argentina, e desde criança sofria de asma. No ano de 1946 fez um passeio ciclístico pela Argentina, o que lhe permitiu conhecer mais de perto a realidade de seu povo.
Aos 19 anos ingressou no curso de Engenharia da Universidade de Buenos Aires. Mas depois que passou 17 dias ao lado de sua avó enferma decidiu estudar Medicina para poder ajudar as pessoas idosas e doentes. Vemos em Che Guevara uma pessoa de forte sensibilidade para com os sofrimentos humanos e essa característica perpassa toda a sua vida.
Em 1952, já formado em Medicina, Ernesto Guevara vem para o Brasil pela primeira vez. No ano seguinte concluiu a especialização em doenças alérgicas, pois pretendia fazer pesquisas para encontrar uma solução para problema da asma. Neste mesmo ano, Ernesto desembarcou na Guatemala e um ano depois foi para o México onde conhece a peruana Hilda Gadea Acosta que se torna sua companheira e com a qual teve a primeira filha, também chamada Hilda. Em 1955, Ernesto Guevara conhece Fidel Castro, o qual não precisou convidá-lo duas vezes e já estava disposto a fazer parte do exército revolucionário, que lutaria para derrubar o governo do ditador Fugêncio Batista e implantar o socialismo em Cuba.
O amigo e companheiro Fidel ajudou a dar um novo rumo na vida de Ernesto Guevara. Dali em diante passou a ser chamado de "Che", por ser argentino, e com este nome ele entrou para a Historia. No período de 1956-1958 aconteceu em Cuba a Revolução Popular, que se desenvolveu com vigor em todo o país graças ao apoio da grande maioria de sua população. No início, Che Guevara desempenhou as funções de médico, mas logo foi se destacando entre o grupo e tornou-se um dos principais lideres, sendo responsável pela coluna que tomou uma das mais importantes cidades do país, Santa Clara. Em 1959, o ditador Fugêncio Batista foge do país e começam as transformações socialistas em Cuba.
Ernesto Che Guevara ocupou cargos importantes no governo cubano. Foi Ministro da Indústria e Comércio, Presidente do Banco Nacional, etc... Mas o grande estadista, por ter vocação de militante social, não se conformava por ficar preso em gabinetes. Saia para colocar em prática a idéia dos mutirões populares e trabalhos voluntários como forma de resolver rapidamente os principais problemas sociais do povo cubano. Com seu exemplo, Che conseguia mobilizar a população cubana a trabalhar na construção do projeto socialista.
Em 1966, ao perceber grande disposição e potencialidades no povo cubano para prosseguir a luta de consolidação do socialismo, Che Guevara assume mais uma vez o papel de militante e vai para o Congo, na África. Mais tarde retornou para a América Latina, com o sonho de promover, na Bolívia, o mesmo processo revolucionário que havia iniciado em Cuba e depois estende-lo para toda a América Latina. Che era uma espécie de “aventureiro”, mas de um jeito diferente. Como ele mesmo dizia, “muitos me chamarão de aventureiro e o sou, só que de um tipo diferente: daqueles que entregam a pele para defender suas convicções”.
Por querer uma América Latina livre do imperialismo norte-americano, Che estava sendo perseguido pelo governo dos Estados Unidos. No dia 08 de outubro de 1967, Ernesto Che Guevara foi preso no povoado de La Higuera, interior da Bolívia. E no dia seguinte, 9 de outubro, por ordens da CIA, um serviço de inteligência militar dos EUA, Che foi friamente fuzilado no interior de uma pequena escola rural. E suas últimas palavras dirigidas ao agente da CIA, Felix Rodriguez, foram as seguintes: “Sei que você veio para me matar. Atire covarde, você só vai matar um homem”.
Aos 39 anos de idade, Ernesto Che Guevara foi morto e enterrado numa vala comum na Bolívia. Somente depois de 30 anos seus restos mortais foram resgatados, mas o seu espírito de luta, seu sonho de liberdade, seu exemplo de cidadão latino-americano e a sua ternura e sensibilidade humana sempre continuaram e continuarão presentes em muitas pessoas que não medem esforços para ajudar a humanizar o mundo.
Pensando na morte de Che podemos recordar uma frase que ele mesmo disse: “os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera”.
Frei Pilato Pereira
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