domingo, 1 de junho de 2008

É preciso 6,5 bilhões de cientistas para salvar o planeta

Recentemente, o jornal britânico “The Guardian” preparou uma lista que reúne as “50 pessoas que podem ajudar a salvar o planeta”. São políticos, artistas, cientistas e ativistas, homens e mulheres de todas as partes do mundo, pessoas mais engajadas, sérias e competentes. E nesta lista consta apenas um nome da América Latina. É o nome de Marina Silva, a ministra brasileira do Meio Ambiente. A informação é que a ministra Marina, desde quando assumiu o ministério, fez com que o desmatamento na Amazônia caísse 75% e destinou algumas áreas de floresta para as comunidades indígenas. Podemos dizer que nossa ministra fez por merecer. Mas, certamente, seu nome consta na lista porque muito pode e deverá fazer em favor do planeta. Outro fato destacado recentemente na imprensa é que dez cientistas importantes deram suas dicas de como podemos resolver os principais problemas ambientais da Terra.

Tudo isto é importante. É bom que os cientistas renomados façam a sua parte, que ajudem a humanidade a encontrar alternativas viáveis para preservar a vida. Mesmo que às vezes suas idéias parecem exageradamente fantásticas e longe da realidade. E também é preciso mostrar o bom exemplo, o trabalho de pessoas sérias e comprometidas, que lutam em favor do planeta que é a casa de todos e todas. Mas não podemos esperar que apenas as “50 pessoas” mais engajadas na questão ambiental, mudem a face da Terra. Também não podemos simplesmente esperar pela concretização das fantásticas idéias de cientistas. É preciso que todos os habitantes do planeta façam a sua parte. Os cientistas muito têm a contribuir com sua ciência e devem colocar a técnica e todo o seu aprendizado e suas pesquisas a serviço da vida. Artistas, políticos, administradores, governantes, autoridades e lideranças das mais diversas esferas da sociedade devem trabalhar seriamente, fazendo tudo o que estiver ao seu alcance para que a Terra e todas as suas formas de vida continuem vivas. Porém, se ficar somente nisso, nós não poderemos contar com o futuro vivo. Algo concreto deve ser feito por todos os seres humanos que habitam a Terra.

A população atual da Terra está em torno de 6,5 bilhões de habitantes e é de todos estes que o planeta precisa para se recuperar da atual crise ecológica। Não é de apenas dez cientistas que o planeta precisa, mas que os 6,5 bilhões de habitantes, nas suas mais diversas ciências, nos seus mais diversos saberes e poderes, pensem, criem idéias sustentáveis em favor da vida e as coloquem em prática. É preciso que todos e todas façam alguma coisa, por menor que seja. Parece absurdo pensar que todos os habitantes do planeta vão se ocupar com práticas ecologicamente corretas. Mas, precisamos trabalhar com este apelo para que a cada momento mais e mais pessoas estejam concretamente engajadas na luta em defesa da vida. Em vez de pensar que alguns vão fazer algo por nós, vamos nós procurar fazer algo por todos. Ciência, saber, conhecimento não é privilégio de alguns, é dom de Deus que está em todos os seres humanos, e cada um desenvolve de alguma forma, pensando, inventando, recriando a vida. E agora, é necessário que todas as pessoas no mundo inteiro pensem e façam algo de bom para o planeta. Pessoas simples e pequenas em lugares humildes e pequenos, fazendo pequenas coisas, são capazes de mudar a face da Terra.

Frei Pilato Pereira

Artigo publicado no site Ecologia e Espiritualidade em 15 de janeiro de 2008 (www.franciscanos.org.br/ecologia).

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