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Blog editado por Pilato Pereira, desde 5 de junho de 2008.
CHICO MENDES NÃO MORREU
O irmão Francisco de Assis
Ensinou-nos a cuidar e amar
Todas as criaturas preservar
E quando a Terra pressentiu
Que faltava profecia
Outro Francisco nasceu
A floresta deu à luz
E como o Cristo na Cruz
Mataram o Chico também
Mas o Chico como o Cristo
Deixou o eco de seu grito
E Chico Mendes não morreu
Em 22 de dezembro de 1988, exatamente uma semana após completar 44 anos, Chico Mendes foi assassinado na porta dos fundos de sua casa por sua intensa luta pela preservação da Amazônia.
Casado com Ilzamar Mendes, deixou dois filhos, Sandino e Elenira, na época com dois e quatro anos de idade, respectivamente.
Nesta época do ano a maioria das pessoas se dedica a preparar a festa do Natal. Alguns gastam muito dinheiro em compras e viagens, visitam parentes, amigos, trocam presentes, preparam banquetes e tantas outras coisas. Mas, sinto que na hora da festa, muitos ainda deixam do lado de fora o próprio aniversariante. Ainda existem muitas casas que estão cheias de opulências e traições, de mentiras e vaidades, de ganâncias e espertezas, de luxos e futilidades... E de tão cheias do que não vale nada, já não sobra um lugar para o Deus Menino poder nascer. E existem muitos bons José e santas Maria, grávidas de vida, de amor, de justiça, de paz... procurando um lar, mas as portas se fecham. Há corações que não se abrem para o Deus Menino, porque Ele decidiu nascer na forma mais simples, pobre, sem terra e sem teto. E veio para resgatar os oprimidos e marginalizados, e restaurar a dignidade humana e a integridade da vida.
Talvez, para muitos, mesmo que tenham fé, seja tremendamente difícil celebrar o Natal na sua originalidade. Celebrar o nascimento do Filho de Deus nas feições das vítimas de um sistema opressor, com o rosto dos que são oprimidos e marginalizados, dos que sofrem com as catástrofes ambientais, doenças, guerras, crises. E celebrar o Natal, significa ativar nosso espírito de indignação, de amor e de solidariedade e nos comprometer com os que sofrem, lutar para amenizar suas dores e ajudar a transformar a realidade.
Para celebrarmos o Natal, precisamos sair do nosso comodismo, da nossa casa enfeitada, arrumada e ir ver a face do Menino Jesus de hoje. Ele que nasce tão pobre e desprotegido, clamando por dignidade e pedindo a conversão dos causadores da fome, da miséria, das guerras e da degradação ambiental. Para celebrar um bom Natal é preciso ir ao presépio e contemplar o Menino Deus, nascido de novo onde nascem e crescem, sofrem, morrem, vivem, sobrevivem, choram, gritam, cantam, rezam, lamentam, trabalham, lutam... os mais pobres deste mundo. Como os pastores, que passavam a noite vigilantes cuidando de seus rebanhos e os magos que seguiram o sinal e foram ao encontro do recém nascido na manjedoura, também somos desafiados a ir e ver o presépio, a pequena Belém de hoje, onde nasce, no meio dos últimos, para todos nós o Salvador, o Messias, o Cristo Filho de Deus.
É no compromisso com a promoção da justiça e da paz e com a defesa da vida que celebramos o verdadeiro Natal. Porque assim encontramos o Deus Menino, que buscou um aconchego para nascer junto aos pobres e excluídos. E é por isso que o Natal revigora nossa esperança. Deus optou pelos pobres e acreditou na humanidade. E no lugar dos últimos, Ele veio nos trazer a esperança e vida em plenitude.
Herói para o povo e abençoado por Alá, o jornalista iraquiano Muntadar Al-Zeidi protagonizou um ato que merece louvor. Ele arremessou os sapatos na direção de Bush, com a intenção de lhe dar uma sapatada para manifestar o desprezo do povo iraquiano para com o atual presidente estadunidense. Não quero fazer apologia ao desprezo. Acredito que ninguém deve ser desprezado por ninguém. Mas a manifestação de desprezo simbolizada nos sapatos de Al-Zeidi, não é um simples desprezo, é um ato político. Foi uma manifestação política que gerou adeptos em todo o mundo. Não apenas os iraquianos, os árabes, mas o mundo que Bush quis atemorizar, agora manifesta o desprezo que ele próprio contraiu para si, por causa da sua imbecilidade. Ele escolheu fazer guerras, quis matar inocentes, procurou dominar e escravizar outros povos. Então, agora lhe resta o desprezo, com o qual tanto desprezou aos outros. É dele e somente dele, a ele pertence o desprezo. Como disse Jesus Cristo: “devolvam a César o que é de Cezar” (Mt 22,21).
Nestes oito anos – cujo fim se avizinha –
O jornalista iraquiano, Muntadar Al-Zeidi representou a humanidade num ato político de repúdio que declara a George W. Bush o título de “personae non gratae”. Acredito que nenhum ser humano mereceria este título. Toda pessoa deveria ser sempre bem vinda em todos os meios e lugares. Mas os atos de Bush ofenderam a humanidade e a Deus. Ele é a própria carapuça de todas as atrocidades que cometeu. E o desprezo que sua pessoa recebe, é uma demonstração de que não queremos mais ver certas ações desumanas que marcaram seu governo. Foi um ato forte para demonstrar a força do não que o mundo sempre tentou dizer aos seus ouvidos surdos. É um símbolo da total reprovação a tudo o que Bush fez contra a humanidade.
Não podemos negar que a pouca presença de mata também seja responsável pelos desmoronamentos. Mas, ao afirmar que foram excessos de chuvas nunca visto igual, também devemos nos perguntar sobre o porquê de tantas chuvas agora. Ouvimos o que foi dito por alguns cientistas que a alta quantidade de chuvas no litoral catarinense pode ter sido causada pela combinação de alguns fenômenos meteorológicos. Ocorreu uma maior intensidade dos ventos, aumentou a quantidade de vapor de água no continente e as nuvens ficaram mais carregadas. E como esses fenômenos são naturais e já ocorreram antes, não necessariamente tenham sido provocados pelo aquecimento global. Mas há quem vê o fenômeno das excessivas chuvas como uma real conseqüência já do aquecimento global.
Quanto ao desmatamento, não precisamos nem ser cientistas para entender facilmente que num declive sem floresta, a água da chuva corre muito mais rápido do que num local com floresta. E os cientistas dizem que a velocidade das águas num declive desmatado pode ser até quatro vezes maior. E quando a chuva cai numa área com mata, parte da água é absorvida pelo solo ou corre lentamente para o rio, sem causar maiores problemas para a vida humana. Quando era criança, vivendo no campo, percebia que numa terra sem vegetação e pronta para plantio, a chuva corria rapidamente e arrastava consigo muita lama, inclusive causando danos ao solo, diminuindo sua fertilidade.
Podemos concluir que se a Mata Atlântica não tivesse sido tão devastada
Agora é preciso ser solidários com as pessoas que sofrem por causa das enchentes. E a forma de solidariedade com as vítimas de hoje é a assistência social imediata e a reconstrução do que perderam. Mas, também é preciso antecipar nossa solidariedade e sermos solidários com as possíveis futuras vítimas das catástrofes ambientais. Ser solidários com as futuras gerações e, quem sabe, impedir que sejam vítimas dos descontroles da natureza, significa ter atitudes ecológicas aqui e agora. A mobilização para socorrer as vítimas de hoje, também deve ser promovida, mesmo que de uma forma menos intensa, no sentido de impedir futuras catástrofes.
Depois de ver que em algumas partes “nada ficou no lugar”, é preciso voltar para buscar nossa humanidade e nos sentirmos mais irmãos e mais próximos dos que hoje sofrem e de quem poderá sofrer se a natureza não for preservada. Vamos fazer uma aplicação de solidariedade para o futuro. Cuidar e preservar a natureza hoje, é impedir que amanhã haja vítimas de catástrofes ambientais, como esta que muito nos chocou e nos entristeceu por ver tantas vidas vitimadas.
Porto Alegre, 28 de Novembro de 2008
Senhoras e Senhores
O Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente – MoGDeMA - tem a honra de convidá-lo(a) para participar do Ato de Lançamento do Movimento, a ser realizado no dia 15 de Dezembro do corrente ano, às 09:00h, no Plenarinho da Assembléia Legislativa/RS.
O MoGDeMA é uma articulação que reúne ONG's ambientalistas, movimentos sociais do campo e da cidade, sindicatos, representantes de classe, lideranças religiosas, estudantes, professores, pesquisadores e demais lutadores sociais. Surge em decorrência da situação de crise deliberada e progressiva da gestão ambiental no Rio Grande do Sul.
Visa ações conjuntas que fortaleçam as políticas públicas em defesa da natureza, promovendo o debate e a luta socioambiental, propondo a reflexão crítica ao modelo de desenvolvimento predatório hegemônico, e construindo as bases sociais para um novo modelo com sustentabilidade ambiental.
O MoGDeMA é um espaço universal e plural, aberto a homens e mulheres, instituições e movimentos sociais.
Desta forma convidamos para integrar esta iniciativa que estabelece um espaço de troca e mobilização, assinando a Carta de Princípios http://mogdema.blogspot.com/ e ser articulador local e regional. Neste endereço eletrônico também existe uma relação de atividades desenvolvidas neste ano de 2008.
O Termo de Adesão, logo abaixo deve ser remetido para mogdema@gmail.com
Agradecemos desde já e contamos com sua participação.
Felipe Amaral - Sylvio Nogueira - Eduardo Ruppenthal
Coordenação Cooperativa
TERMO DE ADESÃO MoGDeMA
Instituição:
Ciente dos objetivos do Movimento Gaúcho em Defesa do Meio Ambiente – MoGDeMA, declara sua adesão e desejo de participar do coletivo de pessoas e instituições que constituem o MoGDeMA, assumindo o compromisso de respeitar e difundir seus princípios e de apoiar seu funcionamento e atividades como movimento social articulador.
Nome da instituição:
Endereço:
Cidade:
Fone:
Nome do(a) Responsável:
Função do responsável:
Email:
Sitio:
Carta de princípios - http://mogdema.blogspot.com/
Envie este documento para mogdema@gmail.com