sexta-feira, 11 de setembro de 2009

11 de Setembro

Para mim o dia 11 de setembro tem muito significado.

Por graça de Deus, escolhi para a minha vida o caminho de São Francisco de Assis. Mesmo sem saber que poderia ser franciscano e tão pouco sem ter conhecimento do que é a vida franciscana, escolhi ser frade franciscano capuchinho. E quando procurei a Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, me disseram que era uma ordem franciscana e que cultivava os valores e o carisma de São Francisco de Assis. E, entre tantas coisas importantes que aconteceu na minha vida por conta de estar na fraternidade capuchinha, o que mais me faz agradecer a Deus, é o que pude conhecer da vida de São Francisco de Assis. O que conheci por palavras, por discursos, pelos livros e, sobre tudo, pelos bons exemplos de seguidores e seguidoras de São Francisco e Santa Clara de Assis.

No dia 22 de janeiro do ano de 2000, juntamente com outros noviços, fiz os primeiros votos. Mas a confirmação definitiva e solene do compromisso franciscano foi no dia 11 de setembro de 2004. Nesta data, juntamente com freis Alcides, Alexandre e Mauri, fiz minha profissão solene, os votos perpétuos. E escolhemos como lema a frase: “Senhor, fazei-nos instrumentos de vossa Paz”. E era o dia 11 de setembro.

Na data em que assumimos publicamente viver a vida a exemplo de São Francisco era para toda a humanidade um dia simbólico por causa de outros dois acontecimentos que marcaram a vida de muitas pessoas. No dia 11 de setembro de 1973, o terror da ditadura militar invadiu o sonho e a liberdade de uma grande nação. No Chile um golpe militar patrocinado pelos EUA derrubou o governo de Salvador Allende, que, após três derrotas, em 1970, havia vencido as eleições.

As torres da esperança foram derrubas no Chile, com mais de 30 mil mortes e uma trajetória de dor e sofrimento, com prisões, torturas, pessoas desaparecidas e mortas. O verdadeiro terror quis assombrar a vida de um povo e conseguiu também atentar contra a liberdade de um continente inteiro.

Com igual condolência, o sentimento de humanidade nos faz lamentar o atentado ocorrido nos EUA no dia 11 de setembro de 2001. Desta vez foram 3 mil vítimas de um ato de terror que fez o povo estadunidense sentir o quando dói o terrorismo que seus governos já praticaram ou patrocinaram em muitas partes do mundo.

Nem o povo dos Estados Unidos, como também o povo do Chile e nenhum outro povo mereciam passar pela experiência de terrorismo e da violação da liberdade. E sabemos que no mundo o terror tem muitas faces. Ele se veste de fardas (e de terno e gravata), se alimenta de pólvora (e de dólares) e mata de fome, rouba o pão e a liberdade, aprisiona corpos e tortura corações e mentes.

Este terror chamado capitalismo que muda sua caricatura e por mais que se apresente diferente, é sempre caricato. E foi contra este sistema que pedi graça de poder ser instrumento de paz. Para mim a celebração dos votos perpétuos, no dia 11 de setembro de 2004, na Comunidade São Pio X, no bairro Mathias Velho, em Canoas, foi um comprometimento sincero com a paz que é fruto da justiça, do amor e da solidariedade; a paz que se expressa na ternura e no respeito para com todas as formas de vida: os seres humanos e a natureza.

E o dia 11 de setembro é para mim a data que confirmei o seguimento a Jesus Cristo a exemplo de São Francisco e Santa Clara de Assis. Franciscanizei o meu Batismo.

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